
Para iniciar o assunto, podemos dizer que Obsolescência Programada é o termo que se usa para a decisão do fabricante:
(…) de propositadamente desenvolver, fabricar, distribuir e vender um produto para consumo de forma que se torne obsoleto ou não-funcional especificamente para forçar o consumidor a comprar a nova geração do produto (…) (Wikipédia)
Trata-se de uma estratégia de empresas que programam o tempo de vida útil de seus produtos para que durem menos do que a tecnologia permite. (Super Interessante)
Infelizmente, essa prática é muito comum nos dias de hoje, o que faz com que muitas empresas acabem “canibalizando” seus próprios produtos para conseguir maximizar lucros. Contudo, não podemos confundir a estratégia da Obsolescência Programada com o fim do suporte e atualizações dos dispositivos ao longo do tempo.
Sei que você já deve ter lembrado de várias fabricantes de celulares que lançam seus produtos sem suporte a atualizações, já pensando na próxima versão do dispositivo que será colocada no mercado, entretanto, não estou me referindo a estas empresas e sim aquelas que mantêm a atualização dos seus dispositivos por determinado tempo, encerrando o suporte depois de um ciclo.
Devemos lembrar que a tecnologia evolui constantemente e os Sistemas Operacionais seguem esse fluxo. A cada evolução, novas funcionalidades são adicionadas aos produtos o que exige cada vez mais do poder de processamento das máquinas. Nesse ponto percebe-se que um chipset fabricado ano passado terá mais dificuldade para executar as novas funcionalidades se comparado a um fabricado neste ano. Acompanhando essa linha de raciocínio pode-se concluir que, em determinado momento, será impossível para o hardware suportar as atualizações do software, fato que, além de trazer transtornos para o usuário (travamentos lentidões, superaquecimento do sistema), prejudicando a experiência com o ecossistema como um todo. Sendo assim é compreensível que as empresas de softwares determinem um lapso temporal em que o sistema daquele dispositivo receberá suporte.
Recentemente estava conversando com alguns amigos sobre a minha experiência com o Chrome OS, quando um deles tocou no assunto do “prazo de validade” dos Chromebooks. Segundo ele, os notebooks Google são programados para ficarem obsoletos em 5 anos, sendo o usuário obrigado a trocar o equipamento, caso queira continuar a usufruir do sistema. Confesso que fiquei perplexo com a afirmação. Até aquele momento não havia encontrado nada a respeito desse assunto. Ao chegar em casa, fiz uma pesquisa rápida pelos canais de ajuda do Chrome OS e percebi que a informação dele estava erroneamente interpretada.
O que ocorre é que a Big G estipula um prazo determinado (geralmente 5 anos) para que cada Chromebook receba atualizações de sistema. Após esse prazo o Chrome OS desses aparelhos para de receber atualizações diretas, ficando congelado na última versão disponibilizada para ele. Eu sei que isso pode parecer ruim mas, se pensarmos da forma como expus nos parágrafos anteriores, 5 anos é muito tempo quando o assunto é tecnologia, o que torna essa atitude algo natural e esperado. Além disso a empresa disponibiliza um página com a lista atualizada de todos os Chromebooks que foram lançados e a data de finalização do suporte de atualizações de cada um. Para conferir basta clicar aqui. No caso específico do dispositivo que estou usando, o suporte vai até Janeiro de 2022.
Concluindo o raciocínio, se analisarmos pela ótica da essência do termo Obsolescência programada, não percebemos essa prática quando o assunto é suporte a atualizações do sistema mas, se olharmos pelo prisma da quantidade de dispositivos semelhantes que são lançados pela mesma empresa, percebemos que pode haver uma intenção, por parte das fabricantes, em aplicar essa estratégia como forma de maximizar os lucros. No fim de tudo cabe a nós, consumidores, escolher com sabedoria o equipamento que melhor nos atenderá, não deixando se levar pelos apelos mercadológicos e consumistas impostos pelas mídias. Fraternal abraço e até o próximo post.